Hoje saí do trabalho muito tarde, mas decidi que ainda iria passar pelo lar onde está o meu pai para estar um pouco com ele. Todos os minutos são importantes.
Quando cheguei ele já estava a jantar e ainda que não seja habitual, sentei-me junto dele e ajudei-o a comer a sopa. Soube antes de chegar que ele caíra de novo e por isso hoje estava mais triste. Procurei mimá-lo.
Entretanto chegou um dos colegas de mesa e vendo-me limpar a boca ao meu pai disse: "Você tem que dar graças a Deus pela filha que tem. Tem muito cuidado consigo, que eu bem vejo. Tem sempre roupas boas. Há outros que..."
Depois de lhe ter dito que o meu pai merece este meu cuidado, não pude deixar de me sentir bem com o comentário daquele idoso, mas de imediato apoderou-se de mim outro sentimento. Pobres dos idosos que não sentem amor e carinho dos filhos.
Há filhos que estão longe, há outros que têm empregos e vidas complicadas e por isso não podem dar tanto apoio como desejam aos pais que estão nos lares, mas o que me deixa indignada são os que podem mas não querem.
Desistir dos pais, ignorá-los, diria mesmo desprezá-los é uma atitude, essa sim, desprezível.
A alegria que uma visita faz aos idosos que estão nos lares é imensa. Eles até podem esquecer logo a seguir que estivemos lá com eles, mas enquanto estamos são momentos preciosos.
Em relação aos idosos que já não reconhecem os familiares continua a valer a pena visitá-los. Eles continuam a ser nossos, mesmo que já não saibam quem somos.
Gosto e já tive oportunidade de elogiar a família de uma idosa que é visitada por filhos, netos e bisnetos. São netos já adultos que vão voluntariamente, acredito que por amor.
Amor é a chave.
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