segunda-feira, junho 30, 2008

"Mea Culpa"

Tenho de me penitenciar.
Errei!
Afinal na minha escola não houve 100% de sucesso, por isso o que foi dito anteriormente não corresponde à verdade.
Estou mais feliz, porque estamos um bocadinho mais perto da verdade.
Acima de tudo a verdade, por isso ela fica aqui reposta, com o meu pedido de desculpas.

sexta-feira, junho 27, 2008

Também quero alunos com sucesso (real)



Mais uma pérola!


Hoje ouvi Paulo Portas no Parlamento a questionar o Governo sobre o facilitismo dos exames nacionais e informou que a Directora Regional de Educação do Norte, figura sobejamente conhecida e que aparece inúmeras vezes na sombra da ministra (acrescento eu) deu instruções aos presidentes de Conselhos Executivos da seguinte forma:

"Os alunos têm direito a ter sucesso. Talvez fosse útil excluir dos correctores aqueles professores que têm repetidamente classificações distantes da média. O que honra o trabalho dos professores é o sucesso dos alunos".


A esta senhora eu gostava de perguntar como é que ela mede o sucesso dos alunos, se é pelos falsos resultados escolares ou pela suas reais capacidades para enfrentar a vida adulta.


Esta semana um colega meu disse-me que a escola vai acabar.

Talvez seja a solução.

Partir tudo e começar do zero.


Ah, é verdade, eu também quero que os meus alunos tenham sucesso. Sinto-me muito honrada com isso.

Continuarei a incutir-lhes a ideia de que sucesso se obtém com trabalho, apesar do que possam ouvir por aí.

A foto é de uma das minhas turmas no Espectáculo de Encerramento do Ano Lectivo. Trabalharam muito para esta coreografia, quase amaldiçoaram a professora de E. M., mas no final perceberam que valeu a pena o esforço.

quinta-feira, junho 26, 2008

Viva o sucesso!

Já é oficial.
Na minha escola todos os meninos transitaram de ano.
Viva o sucesso!
E agora? Fujo ou enfrento a realidade?
Trabalho num local e com pessoas que pensam de maneira totalmente contrária à minha e eu tenho de me vergar ao poder dos mais fortes. São eles que mandam.
Se a lei é omissa, faz-se uma leitura à maneira que nos convém et voilá, todos transitam.
Ainda penso que estou a viver um pesadelo, que isto não aconteceu hoje na minha escola, mas já me belisquei e doeu. É mesmo verdade.
Não desisto das minhas convicções enquanto elas forem convicções com alicerces bem fundamentados.
Eu estou de consciência tranquila quanto ao meu trabalho, mas tenho pena dos meninos que andamos a enganar.
Mentiras não são para mim, por isso continuarei a remar contra a maré.

sexta-feira, junho 13, 2008

"Porreiro pá!"



A Irlanda votou não ao Tratado de Lisboa!


1º ponto - Estou verdadeiramente preocupada. Já o disse aqui anteriormente, mas a situação agudiza-se. Decididamente não sou de esquerda, mas neste caso, a minha posição é a da esquerda. Espero que seja apenas na forma e não na substância. Também me preocupa o facto de saber que quem votou NÃO é do Sinn Féin - conotado com o IRA, que eu nunca defendi.

2º ponto - Quase dei pulos de alegria quando soube do resultado do referendo. Não estou louca, apenas me regozijei com algumas coisas, que passo a enumerar:

1 - José Sócrates ficou desapontado (tadinho);

2 - Fez-se justiça na Irlanda, já que o prometido referendo em Portugal ficou na gaveta, por medo da democracia;

3 - Talvez fique afastada a Constituição Europeia, disfarçada de Tratado;

4 - Não há um plano B (Palavras do Presidente da Comissão).

3º ponto - Desde que me lembro de ouvir falar da Europa e da União Europeia, nunca acreditei nesta união, de facto. Até concordo que Portugal tem tido alguns benefícios com a sua entrada na UE, mas por outro lado, sentou-se à sombra do subsídio e nunca mais de lá saíu.
Sempre me pareceu uma ideia utópica, estes "Estados Unidos da Europa" no Velho Continente.
Nós não somos a América. Temos muita história, todos nós, muitos séculos que não podem ser ignorados e agora, alguns senhores iluminados, consideraram que podemos esbater diferenças e unirmo-nos todos formando um Estado Europeu.
Esquecem-se, ou parecem querer esquecer-se que os EUA foram feitos por emigrantes, gente que começava de novo e tinha uma mente completamente diferente, porque não estava na sua pátria mãe. Construíram um país de raíz, sem condicionalismos inerentes ao passado.
Aqui, na Velha Europa, não podemos esquecer a individualidade de cada país, embora dentro das nossas portas se ande a tentar trabalhar para isso (veja-se o trabalho da ASAE), a história, os costumes...
Já nos impuseram uma moeda para fazer face ao dólar e está a conseguir, mas a que preço. Baixam as exportações e pagamos tudo mais caro desde então (quero o meu escudo de volta).

4º ponto - Os países que ainda não ratificaram o Tratado, vão fazê-lo. para quê? Não sei, mas desconfio que isto não fica assim. Na falta de um Plano B receio que nos imponham o Plano A e que o Tratado avance, deixando de fora a Irlanda.
Aí o caldo entorna-se e a União Europeia afirma-se ainda mais como a ideia de alguns iluminados que querem fazer carreira política e brilhar nas altas instâncias internacionais, como um certo primeiro ministro que eu conheço.
Então, para terminar, Europa sim, sempre estivemos aqui, geograficamente falando.
União Europeia sim, mas com limites, talvez olhando para as origens da mesma. Não queiram pôr os países todos no mesmo saco, pode dar explusão da grossa (ai se a Turqui entra!).
Constituições Europeias disfarçadas de Tratados, Exércitos europeus e outras uniões, vamos lá com calma.

sábado, junho 07, 2008

A verticalidade do meu pai




Hoje o meu pai completa 78 anos.


São 78 anos íntegros, honestos, dedicados.
Com ele aprendi a gostar de ler, a gostar de música clássica, a gostar de ter opinião sobre o que me rodeia, porque me habituei a ouvi-lo ter opinião e a expressá-la.
São muitas as coisas que aprendi até agora com o meu pai e continuo a aprender, sempre.
Mas, acima de tudo, a melhor aprendizagem que fiz com ele, foi a dos valores.
Todos os valores que ele me tem transmitido, desde que nasci, valem muito mais do que aquelas prendas que não recebi quando era criança, porque não havia dinheiro.
Para definir o seu carácter, eu uso a palavra verticalidade.
Parabéns pai e obrigada por tudo o que me tens ensinado e transmitido com as tuas acções.