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A foto é de uma das minhas turmas no Espectáculo de Encerramento do Ano Lectivo. Trabalharam muito para esta coreografia, quase amaldiçoaram a professora de E. M., mas no final perceberam que valeu a pena o esforço.
Recentemente, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, manifestou o seu desagrado em relação ao elevado número de retenções que se verifica no país. Alguns dias mais tarde, talvez com o objectivo de mobilizar o povo português para esta terrível realidade, referiu que cada aluno custa ao Estado 3 mil euros por ano e que, em caso de uma retenção, seriam 6 mil euros e duas retenções 9 mil euros, etc.
Ora, o povo, todos nós, em tempo de grave crise económica, somos levados a pensar que a senhora ministra até tem razão. Vamos lá acabar com as retenções e poupar alguns milhões ao Estado.
Aqui surge a questão. Estaremos mesmo a poupar dinheiro ao Estado acabando com as retenções?
Este assunto parece-me ser um cobertor demasiado curto, que tapa a cabeça, mas logo descobre os pés, levando à inevitável constipação, nem que seja uns anos mais tarde.
É evidente que nem todos os alunos beneficiam com uma retenção. Alguns ficam ainda mais desmotivados e outros até abandonam a escola. No entanto, em muitos casos, a retenção tem efeitos benéficos. Por vezes o aluno fica mais responsável, ganha maturidade e consegue realmente aprender o que não tinha conseguido no ano anterior. Não é correcto generalizar e dizer que os alunos retidos não aprendem mais por repetir o ano.
Quando refiro os custos para o país de uma não retenção, penso no futuro. Se enveredarmos pela não retenção durante a escolaridade obrigatória, teremos ainda mais alunos com o diploma, mas sem os conhecimentos e quem perde é o país, logo, todos nós.
Permitirmos aos alunos a transição de ano de escolaridade, de forma automática, quer tenham adquirido ou não as competências, quer se tenham empenhado ou não, é estarmos a dizer às nossas crianças e jovens que a vida é fácil, não implica esforço e que vão sempre atingir os seus objectivos independentemente do empenho que tiverem.
Sabemos que a vida não é assim e que quando estes jovens ingressarem no mercado de trabalho a situação vai ser precisamente o contrário, ou seja, se têm competência e são empenhados, progridem na carreira, não têm competência e não se esforçam, podem ser dispensados.
Que mau exemplo de educação e preparação para o futuro estamos a dar se formos por esse caminho.
Não devemos temer os traumas de uma retenção. A vida pode ser muito mais traumática e é bom estar preparado para a viver, desde cedo.
Temo que os custos sejam bem maiores se se mantiver ou alterar o estado das coisas no sentido da progressão automática durante a escolaridade obrigatória. Temo por uma geração mal preparada, não só intelectualmente, mas emocionalmente, que não vai saber lidar com as frustrações e que talvez um dia, a médio prazo, nos venha pedir contas por não lhe termos mostrado que o sucesso, seja em que área de trabalho for, se alcança com esforço.
Espero que os milhões que se possam eventualmente poupar com a não retenção de muitos alunos não venham a ser gastos, com muitos juros, quando verificarmos, finalmente, que devemos trabalhar para ter um povo culto e bem preparado.
Eis os conselhos que Bill Gates deu numa conferência que proferiu há pouco tempo numa escola secundária.
São 11 regras que os alunos não aprendem na escola.
Começou por dizer que a "política educativa de ‘vida fácil’ para as crianças" tem criado uma geração que não sabe o que é a realidade, e que esta atitude tem feito com que as pessoas falhem na vida, depois de sairem da escola.
Muito conciso (todos esperavam que ele fosse fazer um discurso de uma hora ou mais),falou menos de 5 minutos,foi aplaudido durante mais de 10, depois agradeceu e deixou o local no seu helicóptero a jacto...
Regra Nº 1
A vida não é fácil. Acostuma-te a isso.
Regra Nº 2
O mundo não se preocupa com a tua auto-estima.
O mundo espera que faças alguma coisa útil por ele, ANTES de te sentires bem contigo próprio.
Regra Nº 3
Não ganharás € 6.000 por mês, mal saias da escola
Não serás vice-presidente de uma empresa, com carro e telefone ao teu dispor, sem antes teres conseguido comprar os teus próprios carro e telefone.
Regra Nº 4
Se achas que o teu professor é exigente e rude, espera até teres um Chefe. Este, não terá pena de ti !...
Regra Nº 5
Vender jornais velhos ou trabalhar durante as férias, não te diminui socialmente.
Os teus avós, têm outra palavra para isso: chamam-lhe oportunidades...
Regra Nº 6
Se fracassares, não é por culpa dos teus pais.
Por isso, não lamentes os teus erros, mas sim aprende com eles.
Regra Nº 7
Antes de nasceres, os teus pais não eram tão críticos como o são hoje. Só ficaram assim por terem de pagar as tuas contas, lavar as tuas roupas e ainda por cima, ouvir-te dizer que são “ridículos".
Por isso, antes de “salvares o planeta” para a próxima geração, ao quereres corrigir osos erros da geração dos teus pais, tenta é limpar o teu próprio quarto!...
Regra Nº 8
A tua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Nalgumas escolas, já nem repetes o ano e dão-te todas as oportunidades que forem precisas para acertares. Bom, isto não se parece em NADA com a vida real...
Nela, se pisares o risco, estás despedido. RUA !!!
Por isso, faz tudo como deve ser logo à primeira.
Regra Nº 9
A vida não se divide em semestres.
Não terás sempre os verões livres e é pouco provável que os outros empregados te ajudem a fazer as tuas tarefas no fim de cada período.
Regra Nº 10
A televisão NÃO É a vida real.
Na vida real, as pessoas têm que deixar de ir ao bar ou à discoteca, e irem trabalhar.
Regra Nº 11
Sê simpático com os CDFs (aqueles estudantes que os outros julgam que são uns patetas).
Há uma grande probabilidade de vires a trabalhar PARA um deles...
Bill Gates.
É o dono da maior fortuna pessoal do mundo e da Microsoft, a única empresa que enfrentou e venceu a IBM desde a sua fundação, em meados do séc. XX, que foi a empresa que construiu o primeiro Cérebro Electrónico (computador)do mundo.
Tive a tentação de os seguir com o olhar no seu voo em direcção à Serra dos Candeeiros, mas o ziguezague da estrada chamou-me à realidade e lá segui o meu caminho.